terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Timor-Leste começa novo ano com imagem fragilizada - Ramos-Horta




Díli, 16 dez (Lusa) - O antigo chefe de Estado timorense José Ramos-Horta reconheceu, em entrevista à agência Lusa, que Timor-Leste vai entrar em 2015 com a imagem fragilizada devido ao caso da expulsão dos juízes e à corrupção.

"Timor está fragilizado na sua imagem, não só como a questão dos juízes e outras foi gerida, mas também com a perceção de corrupção", disse o também prémio Nobel da Paz.

"Como é que é possível que no nosso país, que saiu de uma luta de ideais, em 12 anos, a corrupção seja mais séria do que na Indonésia e alguns outros países da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático[?", questionou José Ramos-Horta.

Em novembro, o Governo timorense ordenou a expulsão de sete magistrados, maioritariamente portugueses, por razões de "força maior e de interesse nacional" relacionadas com processos de empresas petrolíferas contra o Estado de Timor-Leste.

Os magistrados expulsos acusaram o Governo de querer impedir o julgamento de altos funcionários do Estado por alegada corrupção.

Para Ramos-Horta, o Governo e o Presidente da República devem fazer muito mais para disciplinar os políticos, governantes e a administração pública para que Timor-Leste seja um país limpo, transparente e íntegro.

"É uma lástima e parece que as pessoas responsáveis, envolvidos em casos de má gestão e corrupção, não têm consciência e são eles, esses senhores no Governo e da Administração Pública, que estão a causar esses danos à imagem do país", disse José Ramos-Horta.

"Não parecem ter sentido de patriotismo e dignidade pessoal. Espero que o primeiro-ministro [Xanana Gusmão] que ainda tem uma grande autoridade sobre os governantes, porque lidera o Governo, possa tomar medidas mais firmes em relação ao desperdício, ao esbanjamento e à corrupção", acrescentou.

MSE // PJA

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