terça-feira, 25 de novembro de 2014

SÓCRATES NA PRISÃO “ESPECIAL” DE ÉVORA. MÁRIO SOARES CRITICA MEDIATISMO




Detenção inédita leva Sócrates para cadeia especial

José Sócrates tornou-se num caso infame e singular, sendo a sua detenção preventiva, na qualidade de ex-primeiro-ministro, um caso inédito em Portugal. Assim sendo, o juiz Carlos Alexandre não tinha antecedentes, optando então por colocar o arguido na prisão dos polícias, em Évora. Sócrates chegou ao Estabelecimento Prisional de Évora já de madrugada onde será o preso nº 44.

É a primeira vez que um ex-primeiro-ministro fica em prisão preventiva e, não havendo antecedentes para este caso, o juiz Carlos Alexandre optou por enviar José Sócrates para a prisão dos polícias, em Évora, de acordo com o Diário de Notícias.

Indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, o político chegou ao Estabelecimento Prisional de Évora já depois das 6 horas da manhã desta terça-feira.

De acordo com informações de fonte policial à agência Lusa, foi atribuído a José Sócrates o número de preso 44 naquele estabelecimento prisional.

Pouco depois das serem tornadas públicas as medidas de coação, a prisão alentejana recebia ordens para se preparar para receber Sócrates, uma decisão que surpreendeu o setor das cadeias mas que é explicado pela falta de antecedentes.

Sócrates, tendo um estatuto especial, fica assim numa cadeia onde estão 40 detidos, todos eles membros das forças de segurança, militares e magistrados. É nessa cadeia que se encontra ainda, por exemplo, Manuel Palos, ex-diretor do SEF detido no caso dos vistos gold.

O antigo primeiro-ministro foi o único detido da ‘Operação Marquês’ a ser transportado para Évora. Os outros dois, o motorista João Perna e o empresário Carlos Santos Silva, ficaram no estabelecimento prisional da Polícia Judiciária.

Notícias ao Minuto

Mário Soares: O que foi feito a Sócrates "não pode passar em vão"

O antigo Presidente da República, o histórico Mário Soares comentou, esta terça-feira, na sua coluna de opinião no Diário de Notícias, o caso polémico da detenção de José Sócrates adiantando que esta foi feita sob “um anormal aparato fortemente lesivo do segredo de justiça” e criticando o “espetáculo mediático que a comunicação social tem feito”.

“Sábado o país foi confrontado com um acontecimento que deixou todos os democratas intensamente preocupados”, começa por afirmar Mário Soares, esta terça-feira, na sua habitual coluna de opinião no Diário de Notícias.

“O que foi feito a um ex-primeiro-ministro com um anormal aparato fortemente lesivo do segredo de justiça não pode passar em vão. Independentemente do que está em causa e da separação de poderes entre a política e a justiça”, escreve o antigo Presidente da República.

Recorde-se que José Sócrates foi detido à saída do avião, na passada sexta-feira à noite, quando aterrava no Aeroporto da Portela, diante das câmaras de uma estação de televisão, sendo que as notícias da sua detenção e das razões por detrás da mesma foram avançadas por dois meios de informação antes de ser avançado qualquer comunicado oficial.

“Não pode passar em vão o espetáculo mediático que a comunicação social tem feito, violando também ela o segredo de justiça ao revelar factos que era suposto só serem conhecidos quando um juiz se pronunciasse”, sublinhou o socialista.

Notícias ao Minuto

*Título PG

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