Detenção
inédita leva Sócrates para cadeia especial
José
Sócrates tornou-se num caso infame e singular, sendo a sua detenção preventiva,
na qualidade de ex-primeiro-ministro, um caso inédito em Portugal. Assim
sendo, o juiz Carlos Alexandre não tinha antecedentes, optando então por
colocar o arguido na prisão dos polícias, em Évora. Sócrates chegou ao
Estabelecimento Prisional de Évora já de madrugada onde será o preso nº 44.
É
a primeira vez que um ex-primeiro-ministro fica em prisão preventiva e, não
havendo antecedentes para este caso, o juiz Carlos Alexandre optou por enviar
José Sócrates para a prisão dos polícias, em Évora, de acordo com o Diário de
Notícias.
Indiciado
pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e
corrupção, o político chegou ao Estabelecimento Prisional de Évora já
depois das 6 horas da manhã desta terça-feira.
De
acordo com informações de fonte policial à agência Lusa, foi atribuído a José
Sócrates o número de preso 44 naquele estabelecimento prisional.
Pouco
depois das serem tornadas públicas as medidas de coação, a prisão alentejana
recebia ordens para se preparar para receber Sócrates, uma decisão que
surpreendeu o setor das cadeias mas que é explicado pela falta de antecedentes.
Sócrates,
tendo um estatuto especial, fica assim numa cadeia onde estão 40 detidos, todos
eles membros das forças de segurança, militares e magistrados. É nessa cadeia
que se encontra ainda, por exemplo, Manuel Palos, ex-diretor do SEF detido no
caso dos vistos gold.
O
antigo primeiro-ministro foi o único detido da ‘Operação Marquês’ a ser
transportado para Évora. Os outros dois, o motorista João Perna e o empresário
Carlos Santos Silva, ficaram no estabelecimento prisional da Polícia
Judiciária.
Notícias
ao Minuto
Mário
Soares: O que foi feito a Sócrates "não pode passar em vão"
O
antigo Presidente da República, o histórico Mário Soares comentou, esta
terça-feira, na sua coluna de opinião no Diário de Notícias, o caso polémico da
detenção de José Sócrates adiantando que esta foi feita sob “um anormal aparato
fortemente lesivo do segredo de justiça” e criticando o “espetáculo mediático
que a comunicação social tem feito”.
“Sábado
o país foi confrontado com um acontecimento que deixou todos os democratas
intensamente preocupados”, começa por afirmar Mário Soares, esta terça-feira,
na sua habitual coluna de opinião no Diário de Notícias.
“O
que foi feito a um ex-primeiro-ministro com um anormal aparato fortemente
lesivo do segredo de justiça não pode passar em vão. Independentemente
do que está em causa e da separação de poderes entre a política e a justiça”,
escreve o antigo Presidente da República.
Recorde-se
que José Sócrates foi detido à saída do avião, na passada sexta-feira à noite,
quando aterrava no Aeroporto da Portela, diante das câmaras de uma estação de
televisão, sendo que as notícias da sua detenção e das razões por detrás da mesma
foram avançadas por dois meios de informação antes de ser avançado qualquer
comunicado oficial.
“Não
pode passar em vão o espetáculo mediático que a comunicação social tem feito,
violando também ela o segredo de justiça ao revelar factos que era suposto só
serem conhecidos quando um juiz se pronunciasse”, sublinhou o socialista.
Notícias
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