quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Portugal - Juiz Alexandre: “MAS ELE NÃO PRENDE OS DA DIREITA E DO GRANDE CAPITAL?”




Denominado super-juiz, o que é ridículo, Carlos Alexandre (na foto) é um juiz a quem têm sido entregues processos relacionados com a política e políticos. Bem ou mal os casos têm quase sempre envolvido gente da direita portuguesa e do grande capital (CDS, BPN, BES). Ao que se sabe estão todos em liberdade. Sócrates está na prisão e há quem não encontre grandes diferenças entre os casos. Mas, lá está, o juiz o saberá.

O juiz lá saberá as linhas com que se coze. Poderá até ser perfeitíssimo e impoluto. Infelizmente, o modo como os portugueses vêem a Justiça (cheios de razão), permite-lhes tomar em consideração determinados factos e vê-los com muita ou alguma desconfiança. Fazendo os seus juízos e comentários.

Daí encontrarmos nas redes sociais desabafos do estilo que aqui trazemos, perfeitamente lúcidos e com base aparentemente justificada. Depois… Cada cabeça sua sentença. Por ironia ou por desconhecimento dos meandros da Justiça há sempre os que já perguntam: “Mas ele não prende os da direita e do grande capital?” Ser juiz não deve ser pêra-doçe. Agradar a gregos e a troianos é impossível. Mas fazer Justiça é possível. E isso em Portugal muitas vezes, demais, não acontece. Pior ainda quando é suposto existir promiscuidade entre o judiciário, a política e a grande midia. A inquietação dos portugueses tem causas e responsáveis que se podem encontrar na Justiça e na política. Que se faça justiça.

Seguidamente o comentário no Facebook e um artigo do Público referente ao ridiculamente denominado super-juiz. Super porquê? Será um exercício de adulação ou querem promover o justicialismo sempre antidemocrático? (Redação PG)

Facebook

Sobre o juiz Carlos Alexandre e a sua perfeição, ou falta dela, como qualquer ser humano: "Carlos Alexandre ilibou o CDS no caso dos sobreiros, ilibou Oliveira e Costa e os outros amigos de Cavaco no caso BPN e ficou famoso por não ser capaz de investigar e levar a julgamento os responsáveis do BPN. Também interrogou Salgado, notificando-o na sua casa e deixando-o sair, em algumas horas de interrogatório, com uma caução daquelas para brincar aos pobrezinhos e ainda não prendeu ninguém do BES, ninguém no caso da legionella, ninguém dos submarinos, tudo o que investiga passa para o Sol e para o Correio da Manha e não detém Felicia Cabrita para lhe perguntar nada, com base no indicio de fuga no segredo de justica, etc... Mas como dizia a minha avó, mais vale cair em graça, do que ser engraçado."

Facebook em comentário

Organização dos tribunais canaliza processos complexos para Carlos Alexandre

MARIANA OLIVEIRA - Público

Vistos gold, Face Oculta, Submarinos, BPN, Operação Furacão, Monte Branco, Portucale e Freeport. Esta é apenas uma parte da extensa lista de casos mediáticos que passaram pelas mãos do juiz de instrução Carlos Alexandre e lhe valeram a alcunha de “super-juiz”.

A investigação ao ex-primeiro-ministro José Sócrates soma-se a estes casos, não por intervenção do magistrado no sentido de chamar a si uma parte significativa dos processos mais complexos da justiça portuguesa, mas pela própria organização dos tribunais. A lei determina que os casos mais complexos e que envolvem factos dispersos por várias regiões do país (pertencentes a diferentes distritos judiciais) sejam investigados por um departamento de cúpula do Ministério Público, chamado Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), localizado em Lisboa.

Aqui concentram-se as investigações “da criminalidade violenta, altamente organizada ou de especial complexidade”, nomeadamente os crimes de terrorismo, as infracções económico-financeiras de dimensão internacional ou transnacional ou os casos mais complexos de corrupção e branqueamento de capitais, como é o caso.

A organização judiciária também previu a criação de um tribunal de instrução - instâncias que actuam  antes de o processo chegar à fase de julgamento, autorizando a realização de diligências como buscas ou escutas e decindindo as medidas de coacção a aplicar aos suspeitos - especializado nos crimes mais complexos ou mais violentos, o chamado Tribunal Central de Instrução Criminal, por onde passam quase todos os processos investigados pelo DCIAP.

Até Setembro, quando entrou em vigor a reforma do mapa judiciário, este tribunal, localizado em Lisboa mas com competência territorial sobre todo o país, tinha apenas um único juiz, Carlos Alexandre. Ele era por isso responsável por todos os casos que por lá passavam.

Desde Setembro que aquele tribunal passou a contar com outro magistrado judicial. Esse lugar está a ser ocupado pelo juiz João Bártolo, que substitui Edgar Lopes que ficou com o lugar mas está em comissão de serviço no centro que forma os magistrados. O processo de Sócrates ficou, de qualquer modo, nas mãos de Carlos Alexandre, porque a investigação se iniciou em 2013 e como tal já lhe estava atribuído.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mas afinal quem está com necessidade de um juiz à medida das suas necessidades??? Agora querem arranjar como bode expiatório o fato de ser sempre o Juiz do DCIAP a apreciar estes processos ... há muito que os tribunais têm esta organização, agora é ue convém mudar ??? Porque será ??? MÃO FORTE PARA TODOS OS CORRUPTOS ... É CRIMINOSO TEM DE PAGAR SEGUNDO AS NORMAS ... E JAMAIS O CRIME PODERIA COMPENSAR ... E NESTE CASO PARTICULAR DO EX PRIMEIRO MINISTRO ... A PROVAR -SE QUE PRATICOU OS ATOS QUE LHE SÃO IMPUTADOS.. AINDA DEVIA PAGAR PELOS DANOS FUTUROS CAUSADOS A TODOS OS PORTUGUESES

João do Lodeiro disse...

Sócrates, por muito que devesse estar preso, não passa de um preso politico. A Banca corrupta e os seus acólitos da política, que foram os verdadeiros responsáveis pelo afundamento do país, mordem em quem lhes tirou a fome e a miséria e pavoneiam-se por aí como se fossem os salvadores da pátria. O meu país está podre!!!

Viriato disse...

Por vezes assisto aqui a discussões e comentários acalorados sobre o ataque da justiça a José Sócrates. como já devem ter percebido nada disto me surpreende, esta noticia é de 18 de Dezembro de 2010, leiam e entendem imediatamente porque razão Sócrates está preso...Medida de Sócrates: Os magistrados - juízes e procuradores - que residam na área da respectiva comarca vão deixar de receber 775 euros como subsídio de renda. Só os que morarem fora é que manterão tal complemento, mas com um corte de 20%. (Este governo PSD/CDS já aumentou os Juizes e Procuradores em 1300 euros). As férias foram reduzidas para 30 dias como toda a gente. Há ainda outras regalias que também levam corte,mas também os casamentos Gay e legalização do aborto, cortes nas reformas dos políticos, o mexer nas vacas sagradas, criaram muitos anticorpos.

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