segunda-feira, 15 de abril de 2013

UE: AUMENTA NÚMERO DE VÍTIMAS DE TRÁFICO HUMANO NA EUROPA





Pessoas submetidas à prostituição, trabalho forçado, mendicância, retirada de órgãos: relatório constata que países da UE não estão conseguindo manter criminalidade organizada sob controle.

O primeiro relatório sobre tráfico humano encomendado pela União Europeia apresentou "tendências alarmantes", conforme revelou a comissária europeia para Assuntos Internos, Cecilia Malmström, à edição deste domingo (14/04) do jornal Die Welt.

O estudo será apresentado oficialmente na segunda-feira em Bruxelas. Dele consta que o número oficial de vítimas dos traficantes cresceu 18% entre 2008 e 2010, passando de 6.309 para 9.528. Destas, 68% são mulheres, 17% homens, 12% meninas e 3% meninos.

Mais de dois terços foram usados na prostituição, os demais explorados como mão-de-obra, forçados a mendigar e a cometer atos criminosos, ou mesmo tiveram seus órgãos retirados. A maior parte dos traficados (61%) veio de países da UE, sobretudo da Romênia e da Bulgária, seguidos pela África e América do Sul.

Mais próximo do que se pensa

Ao que tudo indica, os Estados-membros da UE não estão conseguindo manter sob controle o problema da criminalidade organizada, prossegue o relatório. Em contraposição ao crescente número de vítimas, cada vez menos traficantes são condenados. O volume de condenações caiu de 1.534 para 1.339 (-13%), no período examinado. Na Alemanha, a queda no total de condenações chegou a 15%, de 155 para 131.

A comissária Malmström declarou-se "muito decepcionada" pelo fato de "apenas poucos países haverem implementado a diretriz da UE contra o tráfico de pessoas". Essa crítica também se dirige à Alemanha, que até agora não traduziu em leis nacionais as prescrições de Bruxelas.

O motivo é a falta de consenso entre os partidos da coalizão do governo (democrata-cristãos e liberais) quanto a uma legislação penal mais rigorosa. No total, apenas cinco dos 27 países-membros aplicaram integralmente a diretiva europeia.

"É difícil de imaginar que, em nossos livres e democráticos países da União Europeia, dezenas de milhares de pessoas tenham sua liberdade roubada, que sejam negociadas como mercadorias", criticou Cecilia Malmström ao jornal alemão. "Mas essa é a triste verdade: o tráfico humano está por toda parte, à nossa volta, e mais perto do que pensamos."

AV/afp/dpa/epd

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